sentido...
Vive sem a intensidade que um dia sonhou ter. Vive sem a alegria que sempre ambicionou ter. Vive só.
(Não sei porque é que tenho tendência para histórias tristes...)
A verdade é que este homem quis um dia ser muito mais do que o que é, ter mais amigos, ser mais comunicativo, ser mais assertivo. Mas era uma pessoa triste, descontente com a sua vida, fechado na sua concha. Um dia encerrara-se nela para não sofrer e para não ser magoado. Mas agora, observando-o, posso concluir que não valeu a pena...nunca vale a pena afastar-se dos outros e ficar só. Naquele momento em que pensava na sua vida, ao olhar o mar, também ele pensava isso...não tinha valido a pena! Por que raio agiu assim ao longo de toda a sua vida? O que é o que o motivou para além do estúpido medo? Nada, mais nada que o MEDO DE TUDO. Sim, medo de tudo era o que ele tinha. Porém, e apesar de o constatar, nada conseguia fazer para mudar essa sua particularidade que tanto o incomodava, e sair da sua concha. A sua concha, a sua confortável concha. Às tantas muitas vezes nem se sentia só porque a solidão, quando é uma opção, é uma forma de estar. Mas de certa forma invejava a vida dos outros. Daquele grupo de amigos que estavam alegremente a jogar às cartas, daquele casal que namorava, de um outro que brincava com a filha, de todos os que não eram solitários como ele. Por momentos sentiu como que uma vertigem e que nada fazia sentido, a sua vida não fazia sentido. Faltavam nela as pessoas que estavam para além da sua família, porque esta permanece sempre. Mas agora, agora, depois de tantos anos a ser só, não sabia o que poderia fazer para não continuar a sê-lo.
Etiquetas: Histórias e dialogos
6 Comments:
Talvez dedicar-se ao amor seja uma solução para ele se sentir menos só..
Credo... até parecia que estavas a falar de mim!
Vinte e dois,
Sinto que o amor é sempre uma solução: o amor da família, dos amigos, da cara-metade, do carinho que nos dão e que damos aos outros...
Esplanando,
Também me revejo nele quanto ao medo...é assim,...mas é preciso contrariar :)
"Mas agora, agora, depois de tantos anos a ser só, não sabia o que poderia fazer para não continuar a sê-lo"
Dar um passo em frente. E outro. E outro. Eventualmente, algo irá acontecer.
Ah, e habituar-se à ideia q os passos atrás n representam fracassos. E q os fracassos n são tragédias. E q a única coisa definitiva é a morte.
Se funciona? Pa começo, posso garantir q sim.
:*
Llyrnion, sempre ouvi a minha mãe a dizer algo parecido com o que escreveste: " a única certeza na vida é a morte". E di-lo com um sentido positivo, como que para dizer que quase tudo o resto se resolve. Eu também acho que sim. Às vezes sou um pouco pessimista, mas quando olho para a minha vida, vejo que tenho sorte em muitas coisas.
Tens razão, é em frente que está o caminho! Eu também tenho aprendido a lidar melhor com os problemas e com alguns fracassos. Com outros menos bem. Mas é em frente que está o caminho e é para lá que se tem que caminhar.
Sabes, é uma vantagem q as mães costumam ter - já cá andam há mais tempo q nós :)
Eu sou o primeiro a admitir q, até agora, a idade só me trouxe coisas boas
:*
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