Transportes públicos versus carro

Há alguns anos decidi trocar os transportes públicos pelo carro no percurso para o trabalho. Várias razões se juntaram para que eu tomasse essa decisão e acredito que sejam as mesmas que levam milhares de pessoas na grande Lisboa a fazê-lo. Outras haverá que não têm as mesmas razões...mas enfim, aqui vão as minhas:

• trocar 1 hora e meia de transportes públicos (autocarro, combóio, metro, autocarro...uff, que estafa, que nem para ler dá) por 40 minutos em média, mas 30 minutos frequentemente e 1 hora e meia uma vez por mês (como hoje), de carro a ouvir rádio
• trocar um gasto de cerca de 50 euros de transportes públicos por cerca de 70 euros de carro (20 euros valem quase duas horas por dia em transportes)
• não estar dependente de autocarros que a partir das 18h30 começam a ser escassos
• não andar completamente apertada dentro dos transportes na hora de ponta, principalmente no Verão.

Há no entanto uma vantagem de andar de transportes públicos que é ter contacto com as pessoas, que não se conhecem é certo, mas não deixa de ser contacto. Ir de carro, é quase só isto: sair de casa, descer o elevador, ir até ao carro, entrar no carro, fazer a viagem, sair do carro, entrar no trabalho, beber café, trabalhar...e vice-versa, quando o percurso é o oposto.

Faltam aquelas situações que acontecem quando se anda na rua... estou a lembrar-me duma parva, mas que acaba por ter a sua piada. No metro um miúdo veio ter comigo e queria porque queria porque queria que eu aceitasse "ir para a cama com ele". Estava mesmo convencido a convencer-me. Era mesmo um miúdo que devia estar numa idade qualquer que lhe deu para aquilo. Eu acabei por lhe dizer para se portar bem e para ter juízo...não sei se teve ou não. Mas deixou-me em paz!

Mas há outras coisas que acontecem nos transportes públicos que levam a que um percurso solitário se torne menos solitário, mais humano, pelo menos do que andar de carro. Mas enfim, o tempo vale alguma coisa e para mim mantém-se a preferência pelo carro.