esquecer...
Calados na estação.
Como desejo que o comboio chegue para que este silêncio deixe de existir.
Tenho tanto para dizer, mas não consigo.
Escapa-se uma lágrima, mas limpo-a para que não percebas como estou, que sou sensível, que sinto, apesar de te parecer que não, apesar de eu me esforcar para parecer que não.
O comboio chega, despedimo-nos.
Eu entro e escrevo isto.
Ao mesmo tempo choro o que não chorei ao pé de ti. Mas em silêncio, sempre em silêncio, para ninguém perceber.
Sempre foi assim a minha forma de reagir. Fica tudo cá dentro e não deixo entender que me magoaram, para não dar parte fraca, para não perceberem os meus sentimentos. Assim é mais difícil saber como me magoarem. Ou na ausência de sinais, pode ser mais fácil acertar em cheio. Nem sei!
Sempre foi assim. Sempre me indignei com as injustiças e me zanguei fortemente para fazer ver o meu ponto de vista. Mas quando me magoam, fecho-me no meu eu e fico sozinha comigo e com os meus pensamentos.
E encontrei uma maneira de resolver tudo. Esqueço-me. Mando para o fundo da minha memória tudo o que me magoou. Só assim consigo continuar.
Por agora vou ler o meu livro e esquecer o que aconteceu.
Etiquetas: eu e tu...tu e eu
2 Comments:
Não é que a Selene tenha fechado as portas ao amor. Só as tranca a sete chaves quando sente que é necessário...
De resto, penso que tem razão em tudo.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Enviar um comentário
<< Home